Esquecida dos gestos que me denunciavam
Recordando os risos.
Da imensa felicidade tonta
Daquele não pensar em nada,
Que vasculhava,
Se mesclava com o escuro,
Atrás de tantos muros.
Estou a encaracolar a memória entre os dedos, distraída...
Escondo-me das lembranças.
Permaneço atrás do muro ainda,
Calada, quieta, aninhada,
Rindo, cúmplice...
Mas bastou um ligeiro movimento em falso,
Bastou um estalido,
Este meu sorriso,
Para que as lembranças me descobrissem.
Levam-me, aos ombros, vitoriosas!
Já me estou, agora, olhando,
Qual janela virada ao tempo.
Caiu-me a memória das mãos.
Pousou na ombreira daquela janela,
Qual vaso de sardinheiras ciclâme.
Foram-se as lembranças,
Já não estou distraída.
Observo o nada, que me absorve
E penso, olhando pela janela:
O ontem não é breve…
Demora!
Quando o olho,
Faço dele presente,
E acabo cerrando os olhos,
Para ver melhor ainda,
Para sentir saudade,
Sonhando com as lembranças,
Enfeitando com a memória,
Tantas janelas dum tempo,
Como esta, por onde estou olhando...
Cristina Miranda©
Para sentir saudade,
Sonhando com as lembranças,
Enfeitando com a memória,
Tantas janelas dum tempo,
Como esta, por onde estou olhando...
Cristina Miranda©
Enviado pela Cris, a propósito do livro Essência e Memória. Agradeço com amizade e dmiração pelo seu talento de jogar com as palavras.
Adorei o fantástico texto, que como dizes tem um enorme talento em saber jogar com as palavras, fazendo-me lembrar outros tempos.
ResponderEliminarA bela imagem é simples, e lembra as casas alentejanas caiadas de branco, e com os vasinhos das plantas a enfeitar.
Aqui no norte também ainda há casas como esta, nos locais e nas aldeias que ficam nos arredores das cidades.
Aproveito para desejar um óptimo fim-de-semana.
Beijinhos grandes,
Ana Paula
Olá, bela fotografia...belo texto...Espectacular....
ResponderEliminarBeijos
Olha que belíssimo texto, bem escrito pela minha grande amiga Crintina, ela é sem dúvida uma extraordinária escritora e uma amiga que admiro... a tua foto está magnifica Cris.
ResponderEliminarBjs a ambas e parabéns teu post.
Nuno
Beijo, Xará. Estava guardado para ti, este poema.
ResponderEliminarBela a imagem!
Gosto-te, sabes que sim.
Só falta aquele abraço e uma conversa boa, sem hora para terminar, tal como ali, naquela ruela por onde apetece passear.
Ando por aqui a descobrir-te...
ResponderEliminarMagnificas imagens!
Magnifica troca de emoções...
Gosto deste entendimento imagem/poema. Especialmente se um nasce para completar o outro, mais ainda, quando é fruto de um afecto.
Um beijo
Ó chamateia que fala da saudade
ResponderEliminarÓ canção que pões um brilho nos olhos
Ó mulher que tens a forma da viola
Ó que espalhas paixões aos molhos
E o cantar da meia-noite
A todos encanta e seduz
Cantar até que morra a voz
Cantar até que haja luz
Vem tocar uma Viola de dois corações
Mágico beijo
Bonito registo.
ResponderEliminarBonita casinha.